quarta feira, dezenove de janeiro de dois mil e cinco, no sítio, ecoporanga(Gauche)
Porque agora tudo repousa no vago. O calor já distante se perde na massa de branco que encobre a lembrança e a transforma num opaco cheiro de saudade. O macio do que eram as mãos dela tocando as minhas, passa rápido pelo sabor da memória. Tem o peso de um suspiro inaudível. Machuca. E a validade dos dias passados juntos, agora é refeita em vontade. Porque agora tudo repousa no vago. E tem resquícios da volúpia. Do que foi seu beijo. Das horas idas. Do largo campo que foi descanso. Entre vaga-lumes e outros brilhos. Do medo que se foi na escura volta. Do vento feito a pedaladas. Resquícios do feliz que foi dito enquanto juntos. Feliz que foi. E que agora repousa no vago. No já distante que se perde no branco. Na falta do ar quente num suspiro próximo. Nas mãos passando rápido. No rápido passar de uma lembrança. No beijo desfeito. Vontade. Ficando presa enquanto idos os dias juntos. Porque agora tudo repousa no vago.
1 Comments:
Muito bonito, e triste também...É quase palpável o sentimento que espressa no texto, e é realmente assim que acontece, as coisas vão se perdendo...
Abraços!
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