dezoito de outubro de dois mil e seis - casa quatro - vitória
Helga dorme. O sol, velho e gordo, varrendo o frio do seu corpo sempre cansado, sempre indo, evolando também suas ondas curtas de um igual calor. Parte do dia respira. Atrás da janela fechada, as ruas passeiam pela paisagem, cheias de brisas e bocejos. Helga nem sonha. Dorme totalmente. Desaparece no escuro que a varre do dia para o nada e dorme. O sol também indo, sem pressa nem tormentas, passa quieto sobre o nada dela e morre na janela que tudo impede. Nem aviões, nem gritos, nenhuma imagem, nem mesmo fantasma, adentra na escuridão do seu sono. Nenhuma música tange seus nervos. Só respira. Sem mesmo saber que respira. Sem saber que dorme e nada mais. Sem se sentir e nem saber que não se sente. Horas e horas neutra como um rio ou uma árvore. Alheia ao tempo e aos seus conceitos terríveis. Só deixando que este passe até que chegue outro beijo.
j. gauche
j. gauche
1 Comments:
Ela não pensa, nem deveras sente...*
Acho que já me senti assim.(*)
Abraços.
(*)último verso de um soneto meu.^~)
Postar um comentário
<< Home