Carta ao Porquinho-da-índia
Para Dandan
Ainda estou atordoado. Conflito necessário, cócegas, porquês e afins. É barata a minha animosidade, porém doce é a ilusão de sublimar o teu afeto, e de tantas ressalvas e vorazes vontades morreu só a saudade num boteco na praia do meio. O andar descalço, por pontes, aparatos, a destreza desviando-me do sol, de um punhado de carros num domingo que não deveria acabar. E só o reencontro perduraria dispondo-se controverso para beijos antes planejados numa cumplicidade velada. Sabes que pode ser trejeito, ou vontade e loucura apinhando nos meus bolsos repletos de chicletes e cigarros para maquiar a ansiedade.
Solicitei a presença da ventura para encarar meus amuletos, para tanto, não tive má sorte, salvei-me dos infortúnios num dia chuvoso (aliás, nosso sempre, né?!), pois ganhei companhia por toda a viagem, voltei, mas tenho os meus contratempos, quisera eu ficar, e ter enaltecido na memória mais um caminhar, levemente bêbedos por um caminho que não levasse a lugar algum, nem Guarapari, Anchieta ou Ecoporanga.
Abarquei um dia e meio de amarguras, guardando possibilidades e tais amenidades que poderia lhe contar por mais um dia, e dizer depois que se quisesse poderia dormir no meu colo. Ou cantar-te uma canção ao ouvido e abraçar, nos entrelaçando, sem precisar saber, já que ter razão não importa mais! Tenho os meus devaneios de lembrar, e mais aparatos, músicas, livros, cheiro e lembranças, que eu espero, não ficarão empoeiradas.
Ainda teremos dias felizes? Em relvas esverdeadas.Que haja um sol tão bonito, um rio tão limpo e mais metáforas de paz, que só haveria lágrimas pra consolar o riso numa noite que seria tão longa que mal daria tempo pra ficar acordados. Teríamos vinis de jazz e bossa nova e sambas pra não contar mais, vinho do porto e amigos pra convidar... Mostraríamos meus poemas novos que acabei de escrever pra você e sorrindo sem graça você diria a eles que sou bobo.
Eu nunca mais ficaria triste, e você não teria vergonha em me contar os seus segredos. Estou aqui, me rindo, imaginando conexões cósmicas e conspirações e ruas em praças distantes, horas e horas pra fazer muitos carinhos, beijos rompendo dias para não haver mais esquecimento.
Saudade é nome de lembrança boa...
George Saraiva
15 Comments:
Disseram-me que sou surrealista, seria o ultimo?
Saudade é nome de lembrança boa... é possivel lembrar do que não aconteceu??...
Lindo o texto Ge... você está cada dia mais doce...
Bjuxx.
E aí cara, obrigado pela visita, o blog ainda é novo e está em desenvolvimento; apareça mais vezes, o espaço de vcs é bem legal e poético, abraço.
Pesso licença para comentar aqui.Vi o end do blog na tv e fiquei interessado.Quero deixar os meu paranbéns e que agora mais do que nunca acredito que ainda ha poesia viva e de perfeita qualidade!E ao texto do George Saraiva,digo que expressou da maneira mais pura um momento que foi importante,e mostrou que a saudade tem a sua beleza e ancanto.
Gostar é pouco!
Despeço-me por aqui...
Só pra ajeitar o Peço*!
De novo,muito bonito o texto!
"...Num domingo que não deveria acabar."
Como eu desejei isso!Eu já te disse que eu amei o texto.Achei lindo,encantador,me faltam palavras!...Cada vez que eu leio sinto como se estivesse aqui comigo relembrando todo o momento mais bonito,num dia que não podia ser mais esperado...E chuvoso!Nosso sempre,sempre...
Teremos todo tempo meu bem!Dias e noites!
Saudade é nome de lembrança muito boa...
Bjos bjos!
É isso aí meu mermão!
Manda vê!
Meu caríssimo surrealista,
Não fui a Guarapari como havíamos combinado porque só despertei de um sonho profundo e significativo, ao lado de minha esposa, por volta das 17h, hora esta em que não se encontraria mais em sua casa, e sim na Ponta da Fruta, como me disse. Teria sido sem dúvida um Domingo ímpar, com você em nossa companhia, como nos velhos tempos, porém, infelizmente, outro dia de minha vida foi postergado por culpa de uma noite vívida. A troca não foi justa, mas em minha impulsividade sou dado a pensar que varar uma noite apenas não é pedir tanto a um corpo sedento de volúpia. Sinto também ter prejudicado os seus planos de rever Dan dan, faço muito gosto do relacionamento de vocês, Dan dan é uma irmã adorável, de uma nobreza de espírito que se reconhece facilmente, e você, meu filho, meu irmão, é o meu admirável surrealista...
Alias o texto é belíssimo. Como lamentar os infortúnios diante de uma pérola...
Acabava de lhe escrever este texto quando Kaká me deu as boas novas...
Rarararara....
olá meu amigos!! tô passando para deixar meus cumprimentos a todos em especial para meus amigo ariel...rs...pelos belos textos que vcs escrevem...parabens!
george,
sempre passo por aqui e hoje deixo meu comentário:
lindo texto, surrealista ou não, ultimo aou não, não importa, a escencia está nas palavras.
grande abraço.
Apaixonante...
E grande causa de ciúmes alheio...rs
belo é o minímo q posso dizer sobre esse texto!!!
beijos
Lindo o texto.
Então conhecerei vc no feriado???
É isso aí cunhado - acho que posso chamá-lo assim rs* :)
Dou toda força!
Tudo de melhor e até dia 07/09.
Beijos!
cara semper te admirei não é agora que vou deixar de te dar os para béns pelos seus textos, vc nasceu para brilha nos olhos das pessoas que te ama te adoro lenbre-se diso. saberás quem é um dia. beijos.
Oi George!! Um texto me levou a outro, foi inevitável, e percebi o talento que se não tive acesso até então, sei lá porque.. Independente, agora sei que és um poeta nato, meu querido.. Poesia!!! Pura poesia , doce e suave... Continue a escrever assim e de outras formas.. Beijos
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