Vadiagens

Aqui a percepção anda emparedada, a concepção boquiaberta abocanhando feixes de lágrimas. As amarras da confusão afrouxando a historia e o mito das palavras se soltando do tempo. As pontas dos dedos amargam vestindo as linhas.
Temos guias para as rotinas, ninguém se cansa de saber-se vivo. Há um prazer em pegar em cosias. Portanto, neste dia, espreguicei-me, por um segundo senti os ossos furarem as vestes; a pele definhando não é das mais confortáveis, subestimei minhas chagas, o corpo todo; estou em todo lugar aguardando festas que nunca acontecerão!
Espero poder praticar minhas idas e vindas sem ser açoitado pelo remorso, pois que, pátria já não tenho, nem me interessa os túmulos frios. Só há uma coisa sensata a fazer: banhar-me calmamente numa cachoeira caudalosa.
Pensava, horas antes, antes de tudo, antes mesmo de me estirar aqui, que poderia, facilmente, reconhecer a beleza, porém assustei-me tanto com minhas verdades que revirei os olhos e prostei-me ajoelhado rogando à terra. Estimular a alma não é fazer preces às escuras e sim comungar com seus próprios pés e comer o chão, emaranhando em raízes, fazendo-se rocha. A um só tempo fiz-me abrigo das correspondências sinuosas do tempo. Voltava à carne.
Empoado, empoeirado, e que as cinzas sejam o seu antro sagrado e que meu choro seja um balbuciar de criança cheia de abraços fraternos e se houve a sombra (raquítica) compensando um monstro, eu anuncio: que seja poesia tudo quanto meu arredio verbo se der, e sorte para o azar.
Temos guias para as rotinas, ninguém se cansa de saber-se vivo. Há um prazer em pegar em cosias. Portanto, neste dia, espreguicei-me, por um segundo senti os ossos furarem as vestes; a pele definhando não é das mais confortáveis, subestimei minhas chagas, o corpo todo; estou em todo lugar aguardando festas que nunca acontecerão!
Espero poder praticar minhas idas e vindas sem ser açoitado pelo remorso, pois que, pátria já não tenho, nem me interessa os túmulos frios. Só há uma coisa sensata a fazer: banhar-me calmamente numa cachoeira caudalosa.
Pensava, horas antes, antes de tudo, antes mesmo de me estirar aqui, que poderia, facilmente, reconhecer a beleza, porém assustei-me tanto com minhas verdades que revirei os olhos e prostei-me ajoelhado rogando à terra. Estimular a alma não é fazer preces às escuras e sim comungar com seus próprios pés e comer o chão, emaranhando em raízes, fazendo-se rocha. A um só tempo fiz-me abrigo das correspondências sinuosas do tempo. Voltava à carne.
Empoado, empoeirado, e que as cinzas sejam o seu antro sagrado e que meu choro seja um balbuciar de criança cheia de abraços fraternos e se houve a sombra (raquítica) compensando um monstro, eu anuncio: que seja poesia tudo quanto meu arredio verbo se der, e sorte para o azar.
10 Comments:
que seja poesia, Gê.
e quem precisa mais?
beijo.
Legal, legal...Vim conhecer teu blog tb! Show!
beijos
Sou uma visita ilustre?? hehe..
Belo texto Gê! Consegui sentir, ou quase sentir o que vc sente.
beijos!
;*
o vadio vive tão intensamente que precisa de sentir cada vez mais a vida em suas veias para seguir vivendo... o vadio é o verdadeiro poeta do amor à vida, em todos os seus aspectos. x)
abraço,
mestre rimbaud.
Belíssimo texto,meu amor!
Tem muito haver com angústias e conflitos...Uma vontade de sentir-se livre a todo custo e o desprendimento das concepções ilusórias do dia-a-dia,dos discursos de moralidade sem sentido.
O vadio sente é na pele;ele corre contra a maré;busca desenfreadamente através dos seus sentidos a percepção mais pura do propósito de estar e sentir-se vivo.
Que seja poesia tudo que houver na vida,na alegria e na tristeza.
Maravilhoso ler o que vc escreve...!x)
Beijos,amor meu...=)
;*
Este comentário foi removido pelo autor.
nada confuso. cheio de grandezas. abraço
Bonito texto.
Então, admito que aquele texto ficou é um pouco obtuso mesmo. De difícil absorção. Talvez porque foi mais fruto de um desabafo do que de um esmero literário-poético, de fato.
Se tiver tempo leia esses aqui:
http://mariafulor.blogspot.com/2008/03/havia-dana-na-densidade-demasiada-dos.html
http://mariafulor.blogspot.com/2008/03/uma-varanda-nas-noites-amenas-de-quase_27.html
Lindo!
(Jo)
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