segunda-feira, abril 16, 2007

Preciso parar na superfície


Preciso deixar-me por descobrir

Eu

Que sempre me achei doce

Que sempre me achei pacífico

E relembrei as armadilhas fatais

Que construía quando criança,

Da caça às bruxas e lagartixas

Que decapitava no relógio d’água,

Substituía as tripas por trapos

Dos sapos que brotavam atrás das pedras,

E adorava ver a sangria dos porcos.

Ontem apertei um coraçãozinho

Até que ficasse roxo e imóvel.

Não chorei.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Muito bom Ari,Muito bom!!=DD

A criança não comete armadilhas fatais consigo mesma.Comete? O perigo é confundir as coisas...


Beijos,Ari!!!!
;***

9:33 PM  

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