vinte e nove de abril de dois mil e cinco, casa alta (j.gauche)
Talvez, hoje, eu consiga uma puta. E como estarei bêbado, não vai ser difícil ver nela a modelo francesa que eu tanto sonho: semi-nua ; maquiagem, roupas e acessórios com cor de outono; pele branca e aparentemente fria; cabelos vermelhos; alta; firme... Confesso que olharei espantando para a cara dela pensando ser a modelo. Ela rirá do meu inexplicável pavor. Eu ficarei muito mais assustado. E ela, numa crise de auto-confiança, me atacará com a fúria de uma puta francesa. Meu delírio a fará ainda mais perfeita que a modelo. E quando gozar, agradecerei a todos os senhores franceses que deixaram o tempo passar enquanto sonhavam, e se viram pobres com suas filhas nas ruas, perfumadas, com seus cabelos vermelhos, inspirando bêbados brasileiros com suas putas feias.