Madrigal enjoadinho
Outro pra Dani? Claro!
Outrora tivera os seus olhinhos, agora mais nem isso. E até soubera que um beija-flor, desses pequeninos e bem iludidos, beliscou-lhe a pontinha – infame? – da orelha. E o blá blá blá de concupiscência, seria ausência? E o samba rasgado, foi pra sempre adiado? Amarguei afetado pela saudade, tal qual um baiano, aí, ai... E sentei numa cadeira permanecendo, só lembrando. Meu deus, quanto amor! Tranqüilizei-me e busquei qualquer motivo, um: amor aqui está frio, o mar está agitado, penso tanto num abraço quente seu agora... Mas isso, toda a gente sabe que só dizemos para o amor da gente. Nem sei pra que tanta poesia, “eu não devia te dizer, mas essa lua, mas esse conhaque, botam a gente comovido como o diabo”; quando, mesmo, só queremos uns beijinhos e daqueles abraços que somente a namorada com saudade sabe dar, eta lembrança boa meu deus! Anunciais o momento, pois aqui, só chuva, isso sim comove, e não sei em motivo de que, filosofia de poeta besta, é sempre um aluvião de melancolia. Pra que isso, que nasce tanto poeta bão e tantos outros nem. Ai ai...
E se tem resposta, isso, pergunto eu! Porque saber, ninguém sabe, sozinho não vou ficar mais não. E se tem abraço de menina sapeca me guardando, lá na praia do padre, então só, que melhor num pode melhorar.
Acontece que é um alvorecer, abrasando, numa balbúrdia metafísica, eu já nem clássico sou, muito menos concreto ou moderno, sou é velho mesmo, a saber, no máximo, quando muito, peculiar, ai ai! E vem querendo escrever cheio de dedos, mas só basta é conformar, porque amor, só tem um, e quando cabe tanto esperar que até eu me espanto, e rio envaidecido com tantas possibilidades. E espaço que fica, no coração pasmado, nem serve de consolo, pois que, namorada, poesia ou monólogo que haja sobre o que é o quê, num conto pra mais ninguém; segui espairecendo, contando nos dedos a tal melodia e dia que não chega, com uma preguiça danada, só coçando a barriga.
George Saraiva
E se tem resposta, isso, pergunto eu! Porque saber, ninguém sabe, sozinho não vou ficar mais não. E se tem abraço de menina sapeca me guardando, lá na praia do padre, então só, que melhor num pode melhorar.
Acontece que é um alvorecer, abrasando, numa balbúrdia metafísica, eu já nem clássico sou, muito menos concreto ou moderno, sou é velho mesmo, a saber, no máximo, quando muito, peculiar, ai ai! E vem querendo escrever cheio de dedos, mas só basta é conformar, porque amor, só tem um, e quando cabe tanto esperar que até eu me espanto, e rio envaidecido com tantas possibilidades. E espaço que fica, no coração pasmado, nem serve de consolo, pois que, namorada, poesia ou monólogo que haja sobre o que é o quê, num conto pra mais ninguém; segui espairecendo, contando nos dedos a tal melodia e dia que não chega, com uma preguiça danada, só coçando a barriga.
George Saraiva