sábado, dezembro 22, 2007

Let it be

Deixe música, alguns maços de cigarro e talvez eu resita.
Deixe também umas cervejas - queria maconha e as janelas abertas!
Eu cuido das samambaias.
Mas antes de partir deixe um beijo.
E alguma comida na geladeira.
Pode esconder o controle da televisão.
Pensando bem, onde está o controle do dvd?
Deixe alguns recados escondidos pela casa.
O projeto de sua obra de arte à minha vista.
A decoração dos cômodos e um relógio para eu contar as horas.
Uma cueca limpa, escova de dente, pasta e listerine azul.
Deixe a sua calcinha no banheiro. O diário aberto.
Sua caixa com bonecas.
Teu cheiro nas calcinhas que eu encontrar no banheiro.
Deixe uma mensagem dizendo que já está chegando.
Eu faço a mesa.

Meditações para um quadro.



Controle.
Auto controle.
Quem controla?

Quem é o autor por trás da roupa?
Onde se escolhe o movimento?
Existe um guia?

Quanto a mim estou fragmentado. Ou estamos?
O mesmo eu que recompoem, em frangalhos.

A tentativa de encontrar o escuro
o caos
ensina o princípio das armadilhas
e fugir das armadilhas é a própria cela.

Sapiens.

Sujestão racional que pouco modifica o comportamento do cérebro
animal.
Quanto se pode promover de auto-manipulações e sabotagens?

"Descobre"

O pensamento visto de bem longe
é uma polifonia dissonante com momentos de encontros.
O reconhecimento prova. Não é crença, é estado. Epifania.

"Eu" é mata-burro
e "eu" também é fruição com delícia.

Então deixemos o controle para o acaso.
A perfeição é a maior proximidade com o escuro absoluto.
As linhas diretrizes, para começar, não existem.

Para além do indivíduo,
quem aprende ensina com base no próprio aprendizado,
e assim se tece uma trama imensa.
Não percamos de vista a semelhança com os mitos.
Subprodutos dos subprodutos.

Mas quem controla?
E o auto-controle?
Onde resíde o auto além do acaso?

No umbigo?
Cordão umbilical, a ligação com a natureza...
Eu, é depois que se aparta. Pensamento mesquinho.

Ou vasto...

Quem escolhe entre o mesquinho e o vasto sou eu.

terça-feira, dezembro 18, 2007

Literatura de Bordel

Alguma vez tentou-se afugentar os monstros que se abrigam no abismo do vazio: então escolhemos as armas e distorcemos por menores que sejam nossas pequenas falhas. O intento precede a vontade, mas eu que conduzo as massas desvirtuadas, sou realmente conspurcado, e me sinto assim porque posso, porque cheiro à ralo porque rolo com vermes ao amanhecer, em resposta ficaria nu, e se os tivesse, faria os cabelos frondosos. E vivo enquanto morro, meu futuro é pestanejar o mastigar do agora em diante e só assim passado.

domingo, dezembro 09, 2007

arte plástica


que tristeza é essa que você atravessa como uma aventura?
a tristeza precisa de motivos.
a felicidade não.
não é preciso investigar nos reconditos aquilo que acontece na pele.