Um beija-flor pousou num livro qualquer... O terror.
Seria, acaso, permitido a todos, a dor do “sentir”? A isso, nós homens de poesia e seus monturos, denominamos A ressaltante Hipocrisia. Eu, que ao menos, me levanto, desejo que todos os filisteus apodreçam.
Reconhece-se nesta gente uma tolerância imbecil; passiva, a ignorância tacanha, alastra-se... Todos surdo-mudos. Mas logo explico de quem se trata estes filisteus, e adianto que não se trata do povo que, segundo a Bíblia, habitava o litoral da antiga Palestina. E sim de uma nova raça de pseudo-homens que se proliferam a cada dia pelo mundo impedindo o bom desenvolvimento do homo ludens; lúdico, o Artista. Queremos a supremacia da Arte. Sim.
Marco Zero: Civilização escancarada, parcos motivos, escaravelhos aos montes. Eu, eu! I’m Here! Corpos cadavéricos sucintamente pisoteados. Nada de novo? Tudo de novo, I’m there. Incompreender tentar escapar. Eis tudo solidamente edificado o lugar de sempre para sempre o mesmo lugar de antes; marrons ritmados míticos carbônicos o beijo se quebrando atmosfericamente em lugar algum do passado, a esmo, entediado se repetindo. Eu não sei nada sobre anjos. Conheço apenas antíteses. Primeiro a poesia apodrece em minha boca-amarga depois segurando a pesada arca do que é mais leve no amor, estendo os braços à ojeriza e precipito para engolir todo o seu ser – esperneando por subjugar – padecer fenecer perecer. Espera. Sombra no futuro maculado Esperma. Instantaneamente, dobrando-se sobre o próprio ventre redimido do viço, oh pobre Aimée.
É preciso que haja algo de extremamente belo, em viver, ou, exatamente qualquer coisa de horrenda na vida, não sendo esta um caminho linear, com paralelos duplos intermináveis, mas que o vazio ainda possa ser a redescoberta. Ou não haveria textos novos para serem reescritos; poemas velhos e jovens confrontando o desinteresse afetuoso pelas coisas vivas.
Era um tanto ignóbil, lançar-me àquelas discrepâncias com pessoas tão destituídas de espírito, a meu ver, tão escassas e ressequidas, num torpor leviano de extrema ignorância – novamente trato dos filisteus a quem citei – apenas reconhecível pela esterilidade artística; um motejo desequilibrado ter que acolher aquelas infâmias ríspidas que, torturavam-me, criando um bolo na garganta. Tudo era direcionado ao albatroz de minha rude inteligência, queriam matá-lo a qualquer custo; contemplais, oh caros irmãos, este tipo que vos apresento, um bom exemplo de filisteu, homem vivaz e prático, a mim inspiram elegíacos risos, um verdadeiro javali, com todo espírito de porco que lhes cabe. A quem Aimée contrai laços, a estirpe a que pertence. E outros tantos com quem convivi em uma de minhas vidas.